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Trovas para o ninguém
As palavras caem frouxas
no terreno dos ouvidos;
as imagens são as trouxas
nestes ombros doloridos.
Cada lágrima guardada
guarda, sim, o coração:
fica sempre represada,
entre a voz e um violão.
No lirismo do palhaço,
todo feito em poesia,
fantasio e me desfaço
desta falsa alegoria.
Por pensar demais em ti,
vivo o carma desta prova:
incorporo um bem-te-vi,
bem te vejo e faço trova.
O ninguém se faz de "flor",
vale bem o quanto pesa;
quando espeta o seu amor,
despetala quem despreza.
22h49min
Olivaldo Júnior
Mogi Guaçu, São Paulo, 25 de março de 2014.
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