#
Silvério da Costa - SC
1
A senescência, essa safada,
chega e me deixa senil.
É a síndrome do nada,
descendo pelo funil.
2
Vi-te com muita clareza...
logo depois te esqueci.
Hoje, eu tenho uma certeza:
Tu és a praia que pe(r)di!
3
Lá vem a gripe suína.
atchim! Atchim! Onde estás?
Vai pra Brasília, assassina,
mata aqueles carcarás!...
4
A humanidade é imperfeita,
mas aceita a imperfeição.
É nefasta, tudo aceita,
e chega a dar congestão.
5
As sardinhas do teu rosto
não tinham vindo do mar.
Eram sinais de bom gosto!
Iscas para me pescar!...
6
A vida é uma pobre estrada
sem princípio, meio e fim.
Começa no marco nada,
e termina no ... enfim!...
7
Eu guardo menos que nada,
no nada que me seduz,
e vou para a vida airada
ser feliz, longe da cruz.
8
Eu não sou bicho do mato,
tampouco me julgo um gnomo.
Matar pra comer, não mato,
mas achando morto... eu como.
9
Na tal noite de natal
não acontece mais nada.
Ficou tudo tão banal...
que o seu fim é na chegada!
10
O tempo é uma chalaça,
ou muito nos enganamos...
Ele só finge que passa,
nós, porém, é que passamos!...
***