José Feldman(Chuva de Versos n. 214)*Uma Trova de Curitiba/PRVANDA ALVES DA SILVA*Eu nunca temo o futuro,se você pai, me conduz,ao vasto porto seguro,com o seu rastro de luz!*Uma Trova de São José dos Campos/SPMIFORI*Diz o pai não existir
bebê mais lindo que o seu,
beija os lábios ao sorrir,
da mulher que o concebeu.*Uma Trova de Belém/PAANTONIO JURACI SIQUEIRA*Com amor segue em teus trilhos,do bom caminho não saipara que, sempre, teus filhospossam chamar-te de…Pai!*Duas Trovas sobre Pai de Belo Horizonte/MGOLYMPIO COUTINHO*Meu pai, que eu nunca esqueci,
veja em mim a sua glória:
Segui seus passos, venci!
É sua a minha vitória!
*
De meu pai, a honestidade,
de minha mãe, a ternura:
porisso, em meio à maldade,
mantenho minha alma pura.*Um Soneto de Santos/SPCAROLINA RAMOS*Meu Pai...(O soneto que ele não teve tempo de ler)Quando te vejo, assim, domando a vida,com a fibra invulgar do cavaleiroque não teme as corcovas da subida,nos reveses e quedas, altaneiro...*cabeça branca, face já curtidapelo tempo e inclemência do roteiro,velho e valente, fronte sempre erguida,que a rude estrada forja o caminheiro...*mesmo que eu queira te dizer o tudoque na alma eu sinto, meu falar é mudo,minha voz na garganta se retrai!*Assim... faço dos versos o ofertório...do coração, um cálido oratório...e neles rogo a Deus por ti, meu Pai!*Uma Trova Hispânica, da VenezuelaCARLOS RODRIGUEZ SANCHEZ*Si la sonrisa te alumbrael camino de la vida,nunca sentirás penumbraen la senda recorrida.Uma Trova de Brasília/DFANTONIO CARLOS TEIXEIRA*É de dor a sensação:meu Pai… arrastando os passos;e eu… puxando pela mãoquem já me levou nos braços!*Um Poema de Canchungo/Guiné-BissauANTÓNIO BATICÃ FERREIRA*O Mar*Olhai: o Mar tem influência singularSobre mim. Os animais aquáticos são tantosValia a pena persegui-los no mar alto;Valia a pena vê-los saltar através das ondas.*O Mar, esse mundo que os homens não habitam,É imenso, tão belo e tão perfeito!O Mar tem influência singularSobre mim. Eu bem queria ir ver as ondas;*Valia a pena olhá-las a correrLoucamente; valia a penaVer qual delas primeiro entrava na baía.*Ah!, o Mar vasto, no entanto, aqui nos falaSim, fala-nos interiormente,E nós compreendemos a sua língua:É uma língua que se entende.*(Ah!, que impressão nos faz o Mar!)*Trovadores que Deixaram SaudadesNÁDIA HUGUENIN(Nádia Elisa Sanches Huguenin, a "Nadinha")Nova Friburgo/RJ (1946 -2008)*Foi amigo de verdade,meu exemplo, meu herói.Hoje meu pai é saudade,e como a saudade dói!…*Uma Poema de Balneário Camboriú/SCELIANA RUIZ JIMENEZ*Ser Poeta*Ser poeta é tão somente ser criança,com o joelho eternamente machucado.É correr pelo terreno capinadoe procurar no concreto envelhecidoa flor do campo nascida num jazigo.*É libertar-se mesmo preso a convenções,sorver o sumo de fugazes alegrias.É desfrutar de sentimentos sem razãoe inventar que borboletas fugidiaspodem enfim centrifugar o coração.*É relembrar de seduções que não viveuem tempos idos de tornozelos escondidoscom carruagens de trotes compassados,levantando a poeira enquanto os anosvão desfocando os flashes do passado.*É sentir o vento fresco num desertoe calafrios onde o sol brilha ou deveria.Apropriar-se de vidas outras, divergentes,e em breve êxtase transpor à poesiao que não sente ou o que sentirá um dia.*Uma Trova de Porto Alegre/RSDELCY CANALLES*Dia dos Pais, eu desejoque seja um dia de brilhos,que a brisa leve o meu beijoa cada pai e seus filhos!*Um Poema de Curitiba/PRPAULO LEMINSKI(1944 – 1989)*Bem no fundo*No fundo, no fundo,bem lá no fundo,a gente gostariade ver nossos problemasresolvidos por decreto*a partir desta data,aquela mágoa sem remédioé considerada nulae sobre ela — silêncio perpétuo*extinto por lei todo o remorso,maldito sejas que olhas pra trás,lá pra trás não há nada,e nada mais*mas problemas não se resolvem,problemas têm família grande,e aos domingossaem todos a passearo problema, sua senhorae outros pequenos probleminhas.*Uma Trova de Campos dos Goytacazes/RJDIAMANTINO FERREIRA*Filhos, enquanto pequenos;crescer, demora demais!nem esperamos – ao menos,a hora de sermos pais!*Um Poema do Rio de Janeiro/RJLUIZ POETA*Quando teu filho te chamar de pai,Guarda esse momento no teu coração;Teu tempo é curto e se esse amor se esvai,Deixa cicatrizes, culpa, solidão.*O teu presente no dia dos paisNão são canetas, meias ou camisas;É um silêncio simples, não é maisQue uma ternura que te suaviza.*Pois na mudez dos teus olhos abertos,Há tua imagem noutra dimensão:São os teus filhos, que tão longe ou perto,São complementos do teu coração.*Deus te deu o dom do amor, procura despertá-lo,Sempre que teu filho dele precisar;Há tantas maneiras simples de amá-loBasta compreendê-lo e tê-lo em teu olhar.*E quando um dia, enfim te ausentaresDesse teu tempo na terra e na vida,Cada detalhe do que ensinaresRenascerá após tua partida.*Logo que um filho teu for pai de um novo filho,Ou tua doce filha, mãe de um novo herdeiro,O teu olhar feliz há de pairar no brilhoDo olhar de um novo pai... sensível, verdadeiro.*Por isso, pai, celebra esse teu dia,Agradecendo ao Pai por todo o teu destino,Pois cada riso teu ou lágrima que cai,Há de lembrar teu pai, teus tempos de menino.*Chora em silêncio, ri, deixa fluirTua alegria de acreditarQue tua história nunca acaba aquiEm cada filho teu, ela renascerá.*Agradece a Deus e celebra teu diaDeixaste uma história... o que queres mais ?Curta o teu momento com muita alegriaPorque tu mereces teu dia dos pais !*Um Haicai, de Irati/PRSILVIA MARIA SVEREDA*Bisneto a caminho.As mãos trêmulas tricotamLuvinhas de lã.*Um Poema de Catanduva/SPÓGUI LOURENÇO MAURI*À Mãe (viva) que amo!*Mesmo que nas veias de teus descendentesNão corra o sangue dos vasos de meus filhos,Percebo em ti, sem maiores empecilhos,Que tu és mãe de dotes clarividentes.*És pai e mãe; mulher de duplo papel!Acompanhaste só, do ventre ao altar,O que a maternidade lhe pôde dar...Coloriste a família com teu pincel.*Na aquarela do lar, esbanjaste a cor.Da Fé, dos bons costumes, da dignidade.Puseste nuances de felicidade...Sozinha, com molduras de muito amor.No âmbito familiar, dás segurança.Tudo se resolve sob tua batuta.Convocas à Fé e pões todos à luta,Repeles o ódio e vertes a esperança.Face ao denodo com que te sobressais,Fazes jus a duas comemorações:Pela vontade de muitos corações,Louvores no Dia das Mães e dos Pais.Uma Trova de Caicó/RNPROF. GARCIALembrança que me distrai,que acaba com meu desgosto,é ver teu rosto, meu Pairetratado no meu rosto!Um Poema de São Paulo/SPSILAS CORREA LEITEMy WayUm dia você acorda e olha pra trásE diz: eu não era nada.E vê toda vida que fez do seu jeitoE pergunta: terá valido a pena?Você acha que venceu na vidaMas sabe: o que restou de você?Talvez muito pouco ou quase nadaDaquilo: uma criança pura.Um dia você cai em si e temeO resultado: o que fizeram de vocêA luta a dor, as amarguras eSeqüelas: terá sido uma vitória?Dentro do seu coração os sonhosE as escuridões: são os poemasQue você escreve porque tem medoDe se matar: morrer depois de tudo?..........................................................Um dia você não quer olhar pra trásE nem pra você: foge para a poesia.(Na escrita há um tempo irrealUma ilhota íntima: você em você!)Uma Trova de Niterói/RJELEN NOVAES FELIXSe o teu rosto, Pai, confessao cansaço das jornadas,quanta ternura se expressaem tuas mãos calejadas!Uma Cantiga Infantil de RodaA MARGARIDAUma menina da saia larga e as outras pegando na barra do vestido dela, formando uma roda. Do lado de fora uma outra garota, volteando e cantando:Onde está a Margarida,Ô lê ô lê ô lá;Onde está a MargaridaÔ lê, seus cavalheiros.Respondem as da roda:Ela está em seu castelo.Ô lê ô lê ô láEla está em seu castelo,Ô lê, seus cavalheiros.A menina do lado de fora:Mas eu queria vê-la.Ô lê ô lê ô lá;Mas eu queria vê-la,Ô lê, seus cavalheiros.A roda:Mas o muro é muito alto,Ô lê ô lê ô 1áMas o muro é muito alto,Ô lê, seus cavalheiros.A menina de fora, da roda, tira uma outra e canta:Tirando uma pedra,Ô lê ô lê ô lá;Tirando uma pedra.Ô lê, seus cavalheiros.A roda:Uma pedra não faz faltaÔ lê ô lê ô láUma pedra não faz falta.Ô lê, seus cavalheiros.A menina de fora tira uma por uma da roda, só deixando mesmo a Margarida. À medida que vão saindo, as que continuam na roda, cantam: Uma pedra não faz falta, duas pedras não faz falta, três pedras, etc. até sair a última. Nesta ocasião, cantam todas:Apareceu a MargaridaÔ lê o lê ô láApareceu a MargaridaÔ lê, seus cavalheiros.Se querem brincar de novo, repetem os mesmos versosFonte:Veríssimo de Melo. Rondas infantis brasileiras. São Paulo: Departamento de Cultura, 1953.Uma Trova de São Paulo/SPHÉRON PATRÍCIOQuando uma lágrima crescee cai dos olhos de um pai,pesa tanto que pareceser a própria dor que cai!Recordando Velhas CançõesGuimarães Passos e Miguel Emílio PestanaNA CASA BRANCA DA SERRA(1880)Na casa branca da serraOnde eu ficava horas inteirasEntre as esbeltas palmeirasFicaste calma e felizTudo em meu peito me desteQuando eu pisei na tua terraDepois de mim te esquecesteQuando eu deixei teu país.Nunca te visse oh! formosaNunca contigo falasseAntes nunca te encontrasseNa minha vida enganosaPor que não se abriu a terraPor que os céus não me puniramQuando os meus olhos te viramNa casa branca da serra.Embora tudo bendigoDesta ditosa lembrançaQue sem me dar esperançaDe unir-me ainda contigoBendigo a casa da serraBendigo as horas fagueirasBendigo as belas palmeirasQueridas da tua terra.Um Haicai do Rio de Janeiro/RJFRANKLIN MAGALHÃESMais um beija-flor.Ou será outra visitade um freguês antigo?Hinos de Cidades BrasileirasNITERÓI/RJLetra: Nilo Neves; Melodia: Almanir GregoVila Real da Praia Grande,Sempre altaneira, operosa.Vila Real da Praia Grande,Terra feliz, dadivosa."Cidade Sorriso, encantada","Niterói, Niterói, como és formosa"Por amor ao Brasil, unido, imenso,Aprendeste a lição do "índio herói",Começando a escrever, em São Lourenço,Tua história, querida Niterói...Evocando, orgulhosos, teu passadoDe bravura, de trabalho e de nobreza,Nós louvamos que Deus nos tenha dadoA paisagem de luz da natureza...Um Poema de Santiago do Cacém/PortugalMANUEL LOPES FONSECASantiago do Cacém (1911 – 1993) LisboaPoema da Menina TontaA menina tonta passa metade do diaa namorar quem passa na rua,que a outra metade ficapra namorar-se ao espelho.A menina tonta tem olhos de retrós preto,cabelos de linha de bordar,e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.A menina tonta tem vestidos de sedae sapatos de seda,é toda fria, fria como a seda:as olheiras postiças de crepe amarrotado,as mãos viúvas entre flores emurchecidas,caídas da janela,desfolham pétalas de papel...No passeio em frente estão os namoradoscom os olhos cansados de esperarcom os braços cansados de acenarcom a boca cansada de pedir...A menina tonta tem coração sem cordaa boca sem desejosos olhos sem luz...E os namorados cansados de namorar...Eles não sabem que a menina tontatem a cabeça cheia de farelos.Uma Trova de Fortaleza/CEFRANCISCO JOSÉ PESSOADemonstrando seu amorcom o peito em chamas, ardendo,o pai sente a mesma dorao ver o filho sofrendo.Um Poema de Salvador/BAERNANE GUSMÃOLicor de AnisLicor de anis,azul,embriagante,A cada gole meus desejos trais.O vulto da singela e doce amante,Fluidos perfumes, densas espirais.Eu sorvo a tona desse anil bacanteE me inebrio em delírios tais…Ouço o murmúrio dela, soluçante,Em sintonia com meus mudos ais.A timidez me prende, relutanteO coração reclama-segue avante,Por que não quebras o temor e vais?E quêdo embora, bafejou-me a graça,Licor de anis sumiu da minha taça,Mas ela… dos meus olhos… nunca mais!Um Soneto do Rio de Janeiro/RJVINICIUS DE MORAES(Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes)(1913 – 1980)Soneto do Maior AmorMaior amor nem mais estranho existeQue o meu, que não sossega a coisa amadaE quando a sente alegre, fica tristeE se a vê descontente, dá risada.E que só fica em paz se lhe resisteO amado coração, e que se agradaMais da eterna aventura em que persisteQue de uma vida mal-aventurada.Louco amor meu, que quando toca, fereE quando fere vibra, mas prefereFerir a fenecer — e vive a esmoFiel à sua lei de cada instanteDesassombrado, doido, deliranteNuma paixão de tudo e de si mesmo.Um Martelo Agalopado de Pilõezinhos/Distrito de Guarabira/PBJOSÉ CAMELO DE MELO REZENDE(1885 – 1964)O orgulho nasceu em noite escura,E é filho da triste ignorância,Ao descer o seu corpo à sepultura,Cai-lhe verme por cima, em abundância,E seu todo se torna uma figura,Que nos causa a maior repugnância.Trovador DestaqueA fome, sempre presente,faz sair o Chico Britoatrás de um cachorro-quente,"matando cachorro a grito"!…A Natureza... Que escola!Sempre nos deixa encantados...Faz um mundo que é uma "bola'para um bando de 'quadrados'...Anchieta, ouve os que gritame converte, como Saulo,os "gentios" que hoje habitama grande selva... São Paulo!A onda brava, agitandoo barco, com desconforto,é a mão do mar acenandopara os que ficam no porto!A saudade, triste fadodo meu coração descrente,é janela do passadoaberta no meu presente!A tristeza só se instalano quarto do coração,quando a voz do amor se calae quem fala é a solidão!A vida é um cinema infindoonde, entre dor e alegria,mocidade é um filme lindoque esteve em cartaz um dia!A vida é um trem nos levandocom destino à eternidade,que segue, sacolejando,pelos trilhos da saudade...A vida que nós levamosnão é vida... na verdade,é ponte na qual cruzamoso rio da eternidade!Buscai refúgio e energiasna usina do amor profundo,para dar calor aos diase luz às noites do mundo...Cada esperança perdidana Estrada da Eternidade,é tributo pago à vidano Pedágio da Saudade!Carinho é ramal, talvez,que o Divino Construtorpôs no projeto que fezda Ferrovia do Amor!Chora o homem do sertãona esperança que ele encerra,que o rio do coraçãovire mar, inunde a terra!Cometa Halley"! chameiminha musa mais querida,pois só uma vez a encontreinas noites de minha vida...De que adiantou, coração,buscares a liberdade,se hoje vives na prisãobem mais cruel da saudade?Desespero mais certeiro,nesse mundo errado e torto,é o coitado do coveironão ter onde cair morto!De tanta ilusão, mentira,que a vida me ofereceu,creio - ainda que me firaque a maior delas... sou eu!De toda mulher emanao encanto que me fascina:- A metade que é humanae a metade que é divina!Deu-me o destino malvadoa angústia maior, eu creio,de ter, na vida sonhado,um sonho que nunca veio!Discórdia é dia cinzentoque, no céu do coração,não deixa, em nenhum momento,passar o sol da razão...Do reino da mocidadesó restam hoje, tristonhos,pedaços de eternidadenas ruínas dos meus sonhos…É madrugada, e na pazque reina sobre a cidade,a voz do silêncio trazseu nome a gritar "saudade"...És, neste museu de sonhosque a vida me transformou,um dos quadros mais risonhosque a mão do tempo pintou...És, saudade, realmente,artesã que em hábil lida,encaderna, no presente,páginas soltas da vida...É tão sábia a naturezaque consegue introduzirencanto, charme e belezanum vulcão pronto a explodir...- Eu preciso ir ao velórioda minha sogra, patrão!.- Primeiro o trabalho, Honório,e depois... a diversão!Fala tanto nome feioa minha sogra insolente...Minha sorte é que ela veiocom uma boca somente!Homem de idade, casadocom moça, ardorosa amante,me lembra um pires geladoe a xícara esfumaçante...Muitas palavras busqueique rimassem com "amor",e a mais bonita que acheifoi uma só… "Professor"!Na Companhia Blindadacausou riso de montãoo general-de-brigadaser marido de um "canhão"...Não basta o grilo gaiatocom quem toda noite eu brigoe a sogra, ajudando o chato,resolveu morar comigo!Não ter saudade... é profano,mas senti ao vê-la, creia:- Não perdi meu oceano,mas somente... um grão de areia!Natureza, em teus mistérios,prezas tanto as nossas dores,que até mesmo os cemitériosenfeitas todos de flores!!!Na vida, irônico jogoque um bravo bombeiro arrasaé não apagar o "fogo"da mulher que tem em casa...Na vida, uma longa estradaque conduz à eternidade,o tempo é ponte assentadanos pilares da saudade.Na vida que a gente monta,tantos sonhos cavalguei,que até já perdi a contadas vezes que o chão beijei!No fórum do coração,na audiência do sem-lar,a dor da perda é pensãoque a vida nos faz pagar...No rodeio da ilusãoo meu sonho, em liberdade,vai cavalgando o alazãoindomável da saudade...Nosso amor... realidadede um passado tão bonito,hoje é grito de saudadeecoando no infinito!O passado é uma vertenteque em sutil habilidadetorna-se o rio imponenteformando o mar da saudade!Os instantes de saudadesão, em nosso ir e vir,pedaços de eternidadeque o tempo deixou cair...O tempo é tipografiaonde, em letras de saudade,Deus imprime, a cada dia,o livro da eternidade..."Paga mico" o jardineiroque vive galhos podando,e em sua casa, o leiteirooutros "galhos" lhe plantando...Pobre mulher do Carvalhoque até hoje ainda reclama,pois, de tanto "quebrar-galho"foi multada pelo… Ibama!Poeta, és velho coretoonde, na noite estrelada,teus sonhos fazem duetocom a voz da madrugada…Professores são abelhasdistribuindo, em seu afã,os polens que são centelhasdas flores de um amanhã!Quem não fez da sua vidatributo à vida de alguém,teve a vida mal vivida,viveu...mas não foi ninguém!Que otário! Jamais saiude casa durante a vida,porque sempre residiuem um beco sem saída!São as chuvas, na impiedadeda natureza agredida,as lágrimas de orfandadenos olhos tristes da vida!!!Saudade é imenso naviono mar de minha existência,a navegar no vaziodeixado por sua ausência...Sem sapato... madrugada...Ao entrar, pé, ante pé,fui – que ironia danada –traído pelo... chulé!Se o vendaval da paixãocausa estragos, é verdadeque depois, no coração,sopra a brisa da saudade...Seu rosto esquecido, creia,no tempo, em tantas andanças,hoje é só um grão de areiano mar de minhas lembranças!Somente o júri divinopode, na força que encerra,julgar o filho assassinono matricídio da Terra!Sou carro velho, cansado...A vela, a faísca nega...Às vezes, mesmo empurradosó "pipoca"... mas não pega!Triste drama está vivendodia-a-dia o Ricardinho,ao ver, no "filho" crescendo,a cara... do seu vizinho!Tristeza é sentir saudadedo amor, dos beijos e abraços,que hoje tem continuidadena alegria de outros braços !Um coração solitário,sem amor, sem ter um bem,é um quarto sem mobiliário,casa onde mora ninguém...Veja um bom jogo, sugiro,seja no campo ou na estrada.Mas cá entre nós: eu prefiromais é uma "boa" pelada...Você, que foi sol ardentenas tardes do meu Verão,hoje é uma vela, somente,nas noites de solidão...***
Revista Virtual De Trovas, editada pelo Trovador Antonio Cabral Filho - Rj. Contato: acf1308@gmail.com
domingo, 10 de agosto de 2014
HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS * Chuva de Versos n. 214 * JOSÉ FELDMAN - Pr
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